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MESTRE BEBÊ KRAMER

25/02/2013 11:38

Bebê Kramer



Uma das revelações da música instrumental do Brasil, Alessandro Kramer de 32 anos, começa ser reconhecido no Brasil e no exterior como o maior acordeonista de sua geração. Além de virtuoso, sabe tirar do instrumento solos de bom gosto e criatividade. Compõe com clareza uma nova música usando a expressão da sua fronteira inicial, o Rio Grande do Sul. Bebê Kramer, como é conhecido, é dono dessa música do Continente, que começa no sul e migra para outros sotaques incorporados.  Mas sempre tendo como base a sua maneira enérgica de tocar.

Esse gaúcho de Vacaria ganhou aos oito anos seu primeiro acordeom, e da invernada pelos campos das tradições, formou-se competindo nas californias nativistas até encontrar outros campos e outras músicas. Tom Jobim, Piazzolla, Hermeto, entre tantas outras influências. Aos 17 anos, já em Florianópolis , como instrumentista, surpreendia e chamava a atenção, não só pelo acordeon, instrumento pouco opcional para a maioria dos jovens, como por sua maneira de tocar. Os campos musicais expandiram pra além do estado e do país. Com a Banda Dr. Cipó, gravou três CD. O primeiro, já antológico, tem a maioria das músicas de sua autoria. Como compositor Bebê tem mais de vinte músicas gravadas por ele e por outros músicos.

 

Na Europa tem se apresentado com sucesso e foi considerado pela crítica européia a revelação do Festival do Acordeon Mundial realizado na Áustria. Ali estavam mestres do instrumento como Richard Galeano. Com o Alessandro Kramer Trio, formado por Guinha Ramires e Alegre Corrêa, gravou na Áustria, o CD Laçador, excursionando por diversos países, surpreendendo público e critica com a desenvoltura dessa música enraizada e ao mesmo tempo recriada e temperada com muito improviso.

Radicado no Rio de Janeiro tem ampliado suas fronteiras musicais ao tocar ao lado de grandes músicos como Paulo Moura, na última formação da banda do grande mestre, Silvério Pontes, Zé da Velha, Rogerinho Caetano, Yamandu Costa, Gabriel Grossi, Marco Lobo, Arthur Maia, Moraes Moreira, Margarete Menezes, Antonio Villeroy, Hamilton de Holanda, Toninho Horta, Armandinho, Marco Pereira, Hermeto Paschoal, Carlos Malta entre outros. Tem se apresentado com regularidade ao lado de Dominguinhos, Renato Borghetti, Osvaldinho do Acordeom e Luciano Maia no Encontro Brasileiro do Acordeom. Esse ano participa ao lado de Yamandu Costa da gravação de um DVD ao vivo, excursionando depois pela China e Japão.


O Choro.

Bem o choro entrou na minha vida muito cedo, meu pai é acordeonista e tinhamos discos do Sivuca, Oswaldinho e Ernesto Nazareth, mas fui mergulhar no universo do choro realmente quando mudei para o Rio de Janeiro, e passei a ter contato direto com os maiores chorões desse país, com certeza é um estudo não somente de repertório mas de composição também para toda a vida.

Influências.

Eu sou um músico que tenho influências variadas, não somente por ter nascido em um estado de fronteira que é o Rio Grande do Sul, mas também por fazer parte de uma geração em que a tecnologia e a globalização imperam, portanto fica um pouco complicado definir quem me inspira mais, mas posso citar alguns compositores que tocam profundamente meu coração que são, Radamés Gnatalli, Astor Piazzolla, Hermeto Paschoal, Tom Jobim, Paulo Moura etc...

 

O choro no Brasil.

Eu vejo que o Choro hoje em dia no Brasil é meio rotulado como música ultrapassada, no Rio de Janeiro o Samba com certeza é majestade, ofuscando um pouco o brilho do nosso choro, e isso realmente é triste, mas sinto também que temos grandes talentos da nova geração trazendo a tona um novo Choro, rebuscado e ao mesmo tempo reinventado, acho que ainda podemos colher belos frutos dessa nova onda que se instala na música instrumental brasileira.

O futuro.

O que penso para o futuro, é seguir pesquisando, gravando, resgatando essa imensa obra deixada por grandes gênios da música brasileira, e tentar fazer disso uma coisa interessante para os jovens, recriando e estimulando as pessoas cada vez mais a valorizarem essa música tão rica que possuímos nesse país.